Com o fim da greve, 22 mil carteiras de trabalho estão atrasadas

11/10/2010 13:22
 

A greve dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que terminou nesta segunda-feira (04.10.2010), depois de 176 dias de paralisação, causou o atraso no processo de elaboração e entrega de pelo menos 22 mil carteiras de trabalho na agência de Maringá.Nesta segunda-feira, o número de senhas distribuídas ao público aumentou - das apenas 46 que eram distribuídas durante a greve, o número subiu para 200. "Foram entregues 80 senhas para entrega de carteira, 60 para entrada no seguro-desemprego e carteira de trabalho e mais 60 para homologação", explica o servidor do MTE em Maringá, Eurides Roque de Oliveira.Com o volume de carteiras atrasadas, os servidores não regularizarão o fluxo de trabalho até o final do ano. "Com as condições ideias de sistema e servidores, levaríamos três meses para normalizar. Sem essas condições, nunca vamos retomar o fluxo normal", afirma Oliveira.Apesar da greve, não houve aumento no quadro de funcionários da agência do MTE em Maringá. São seis servidores para atender pedidos de carteira de trabalho e seguro-desemprego, três para homologações, um para registro profissional e um para o protocolo.A costureira Maria de Lourdes Bedendo, 52 anos, finalmente conseguiu uma senha para dar entrada na carteira de trabalho. "Estive na agência durante a greve e não consegui retirar senha. Precisava renovar minha carteira e acertar detalhes sobre meu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)", diz Maria de Lourdes. Ontem ela conseguiu retirar senha de manhã e teve que voltar no início da tarde para ser atendida.O ex-auxiliar administrativo Murilo Martins, 18 anos, também foi prejudicado pela greve. Meses depois de deixar o emprego, ele ainda não conseguiu receber seu seguro desemprego. "Dei entrada no processo e então veio a greve. Precisava retirar senha para conseguir entrar com um recurso, já que houve erro no registro do meu PIS", explica Martins. Ele chegou a enfrentar as longas filas que se formavam nas madrugadas, em que somente as 46 primeiras pessoas da espera conseguiam atendimento. "Cheguei às 6 horas, mas a fila já estava muito longa e eu não consegui senha", lembra Martins. Ele esteve na agência recém-reaberta ontem para retomar seu processo para receber o seguro desemprego.Mesmo após mais de 5 meses de paralisação, os servidores do MTE não conseguiram que suas propostas fossem alcançadas. Em assembleia realizada no dia 28 de setembro, decidiram encerrar a greve. Entre as reivindicações não alcançadas estavam o plano de carreira dentro Ministério e equiparação salarial com os trabalhadores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Os servidores do MTE também reivindicavam jornada de trabalho de 12 horas. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou legítima a greve no ministério, mas os servidores terão que compensar os dias em greve.

 

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